Conferência Nacional do Meio Ambiente reúne mais de mil delegados e marca retomada da participação social nas decisões ambientais

A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), realizada entre os dias 6 e 9 de maio, em Brasília, reuniu mais de mil delegados de todas as regiões do país e 65 mil participantes, marcando a retomada da participação social nas decisões sobre políticas ambientais no Brasil. Após onze anos de interrupção, o evento volta ao calendário nacional em um momento crítico, com o aquecimento global atingindo a marca de 1,5°C e o país se preparando para sediar a COP30, em 2025.

Promovida pelo Governo Federal, a conferência teve como objetivo principal a construção colaborativa para implementação do Plano Nacional de Mudança do Clima – o Plano Clima. Ao longo do processo preparatório, mais de 2.570 municípios brasileiros participaram de conferências locais.

A abertura do evento contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que ressaltou a importância de ouvir a sociedade civil na elaboração das diretrizes para enfrentar a crise climática: “A democracia ambiental se fortalece quando milhares de brasileiros participam ativamente da construção de propostas que moldarão o futuro do país e do planeta.”

Entre os destaques da CNMA estiveram as deliberações em cinco eixos temáticos: mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental. Ao todo, mais de 520 propostas foram debatidas. Dessas, 104 foram priorizadas e 87 moções aprovadas.

As propostas mais votadas tratam de temas como a destinação de recursos financeiros para ações climáticas, justiça climática, educação ambiental crítica, regularização fundiária, agricultura sustentável e fortalecimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica.

Representando Santa Catarina, a bióloga Caroline Teixeira, conselheira do Conselho Regional de Biologia da 9ª Região (CRBio-09), com sede em Florianópolis, estava presença na CNMA. “Foi uma honra participar de um momento tão histórico. A conferência mostrou como o diálogo e a mobilização social são fundamentais para construirmos políticas públicas eficazes e comprometidas com o futuro ambiental do Brasil”, afirmou.

Além das discussões técnicas, o evento também foi espaço de integração cultural, com forte presença de povos e comunidades tradicionais, promovendo a troca de saberes e o fortalecimento do sentimento de unidade na luta pela preservação ambiental.

A CNMA se consolidou como um marco na trajetória ambiental do país, reafirmando o compromisso do Brasil com o enfrentamento das mudanças climáticas e a valorização da participação democrática na formulação de políticas públicas.

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