Angelo chegou ao Brasil em 1926, fixando residência em Bento Gonçalves e mudando-se em seguida para Sarandi. Em Vila de Speranza, atual Vespasiano Correa, o artista pintou por inteiro o teto da Igreja São João Batista em 1927.
Imagem: Auto-retratoGradualmente, além de pintor, ele passou a assinar projetos arquitetônicos como arquiteto construtor. Dezenas de igrejas foram marcadas com sua arquitetura, incluindo a Catedral Arquidiocesana de Passo Fundo. Neste mesmo período, ele fez os cálculos estruturais para a construção de armazenamento de grãos.
Em 1946, com o fim da Segunda Guerra Mundial, Fontanive pôde fazer publicidade de suas obras, tendo inclusive uma página inteira dedicada no Jornal Correio Riograndense. O grande diferencial do artista era reproduzir com fidelidade obras características do período renascentista, que até então só poderiam ser vistas na própria Itália.
Entre os maiores feitos de Angelo, destaca-se “Sposalizio della Vergine”, de Raffaello. Fontanive fez uma reprodução em óleo sobre tela perfeita, mas em um tamanho maior. A obra de Raffaello, exposta no Brera de Milão, mede aproximadamente 1,10 metros e é plana, enquanto a de Fontanive, em Putinga, mede 5 metros de altura e foi feita em uma cúpula, tornando a pintura extremamente mais complexa na execução.
Em 2022, um documentário de média-metragem do diretor Cleber Zerbielli, de Ilópolis, intitulado “De Roma para Putinga”, foi lançado com a intenção de promover o debate histórico nas cidades em que Fontanive produziu suas obras, valorizando o patrimônio artístico das cidades e a compreensão das obras pintadas. O filme pode ser encontrado no YouTube e já conta com mais de 16 mil visualizações.