Entre 2020 e 2022, mais de 790 meninas com até 14 anos se tornaram mães em SC

Um recente estudo da Rede Feminista de Saúde revelou dados alarmantes sobre a gravidez precoce em Santa Catarina. Entre 2020 e 2022, 797 meninas com idade até 14 anos se tornaram mães, segundo o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde. Este dado destaca um problema nacional, onde cerca de 25 mil crianças dessa faixa etária se tornam mães anualmente no Brasil.

O estudo, conduzido pelas pesquisadoras Camila Daltoé, Vania Soares e Ligia Cardieri, foi motivado pelo caso chocante de uma menina de 10 anos no Espírito Santo, que engravidou após ser estuprada pelo tio em 2020. Este incidente sublinhou a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para proteger meninas de abusos sexuais e gravidez precoce.

Em Santa Catarina, os números de 2022 mostram uma leve redução em relação a 2020, com 234 casos registrados contra 305, respectivamente. A pesquisa também relembra que, desde 2009, o Código Penal brasileiro define como estupro de vulnerável qualquer ato sexual com menores de 14 anos.

O perfil das jovens mães, revelado em estudos anteriores, mostra que a maioria era solteira e vivia em condições de vulnerabilidade social, com baixa escolaridade. Entre 2010 e 2019, mais de 4,7 mil meninas se tornaram mães em Santa Catarina, com uma alta taxa de casamentos infantis e cesáreas.

As estatísticas regionais destacam a Grande Florianópolis como a área com mais casos, seguida pelas regiões Nordeste e Foz do Rio Itajaí. Isso levanta questões críticas sobre as medidas de proteção às meninas em diferentes partes do estado.

A gravidez na infância e adolescência compromete a saúde das jovens mães e seus bebês, além de afetar suas oportunidades de educação e desenvolvimento socioeconômico. O aumento dos casos em algumas regiões demonstra a necessidade de intervenções direcionadas e políticas públicas que abordem tanto a prevenção quanto o apoio a essas jovens.

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