A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, comenta sobre essa adesão. “Estamos imensamente orgulhosos e honrados com o reconhecimento do Queijo Kochkäse e da Linguiça Blumenau como patrimônios culturais imateriais de Santa Catarina. Esses produtos não são apenas alimentos, mas verdadeiros símbolos da rica herança cultural alemã presente em nosso estado. Esse título reforça a importância de preservar e valorizar nossas tradições. A Cidasc, com sua expertise técnica, está comprometida em apoiar os produtores, garantindo que essas iguarias mantenham sua qualidade excepcional e suas características únicas. Assim, contribuímos para a continuidade desta herança cultural, assegurando que futuras gerações possam também desfrutar e se orgulhar dessas delícias catarinenses. É um privilégio fazer parte deste processo de valorização cultural e econômica de Santa Catarina”, destaca Celles.
É o caso da Linguiça Blumenau produzida em 16 municípios catarinenses do Vale do Itajaí e do Alto Vale do Itajaí há quase cem anos. A história da linguiça de carne suína pura e defumada de Blumenau começa no final do século XIX, quando imigrantes alemães se instalaram no Vale do Itajaí e adaptaram receitas de sua região de origem, a Pomerânia. O produto é fabricado somente com paleta, pernil e toucinho suínos. A Linguiça Blumenau passa pelo menos dois dias dentro de defumadores abastecidos com carvão e serragem, em um processo artesanal essencial para garantir as características únicas do produto e obteve junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o selo de Identificação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP).
O Queijo Kochkäse ganha agora normas de qualidade e identidade, um produto tipicamente catarinense, produzido nos municípios originados nas primeiras colônias de imigração alemã de Santa Catarina: Blumenau e Dona Francisca. É um tipo de queijo branco cozido que ainda não tinha regulamentação, que é esfarelado, salgado e fermentado, para depois ser cozido em frigideira ou panela. O queijo derretido vai se transformando lentamente no Kochkäse. Também tem forte identificação com o modelo de agricultura local e guarda saberes culinários históricos deste povo.
Este produto foi regulamentado em 2020, ganhando normas para a definição de sua qualidade e identidade, contudo, a comercialização manteve-se regionalizada. A intenção agora é apresentar esse produto para os consumidores mais distantes do estado, levando a cultura aliada ao sabor ao conhecimento de todos. O Governo do Estado prestará apoio técnico para o desenvolvimento de projetos, ações e eventos que contribuam para a Indicação Geográfica do Queijo Kochkäse e demais certificações e processos para sua qualificação sanitária.
A regulamentação foi embasada por estudos microbiológicos e físico-químicos feitos pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) e a partir do trabalho conjunto da Secretaria da Agricultura e Pecuária (SAR), Cidasc, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi). O trabalho para regulamentar o queijo tipo Kochkäse iniciou em 2016 e como resultado traz segurança alimentar para o produtor e consumidor, já que para a produção e comercialização do queijo a partir de leite cru, é necessário que o leite venha de propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose.
Com a Norma Interna Regulamentadora (NIR) os consumidores têm a segurança de que o produto segue diversas normas de fabricação e apresentação. Além de ser elaborado a partir do leite cru produzido em propriedades certificadas livres de brucelose e tuberculose, o Kochkäse deve seguir o programa de Boas Práticas de Produção implantadas no sistema de criação e ordenha.
+Sobre a Linguiça Blumenau
Produzida em municípios catarinenses do Vale do Itajaí e do Alto Vale do Itajaí há quase cem anos, a história do embutido começa no final do século XIX, quando imigrantes alemães se instalaram no Vale do Itajaí e adaptaram receitas de sua região de origem, a Pomerânia. Ficou com esse nome devido aos turistas que visitavam a cidade e levavam a linguiça para São Paulo e Curitiba.
+Sobre o Queijo Kochkäse
O Kochkäse é um queijo originário da Alemanha, trazido pelos imigrantes para a região do Vale do Itajaí. Tradicionalmente, é feito a partir do leite cru, coagulado naturalmente e em seguida prensado para retirar o soro. Estima-se que nos seis municípios abrangidos pelo processo de registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cerca de 100 famílias, entre produtores rurais de leite e feirantes, fabriquem o queijo dessa maneira.
Com a certificação pelo IIphan, o modo de fazer do Queijo Kochkäse poderá ser reconhecido como patrimônio cultural imaterial, o que o tornará uma iguaria relevante e transformará o hábito alimentar em característica cultural destas cidades.
+Lei n.º 18.924, de 3 de junho de 2024
Declara a Linguiça Blumenau integrante do Patrimônio Cultural do Estado de Santa Catarina e altera o Anexo I da Lei n.º 17.565, de 2018, que “Consolida as Leis que dispõem sobre o Patrimônio Cultural do Estado de Santa Catarina”.
+Lei n.º 18.925, de 3 de junho de 2024
Altera a Lei n.º 17.565, de 2018, para declarar o Queijo Kochkäse integrante do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Santa Catarina.