“Tigrinho” e seus clones: o jogo é o mesmo, só muda a fantasia

Julio Cezar Godoy

Você baixa um app de jogo, ganha um bônus, perde um tempo (e depois dinheiro), exclui… e tenta outro. Mas tudo parece igual? Não é coincidência. A maioria desses jogos populares, como o famoso “jogo do tigrinho”, são apenas fachadas diferentes de um mesmo sistema centralizado.

Essas plataformas funcionam como “white label”: empresas fornecem a estrutura pronta dos jogos, e outros empreendedores aplicam apenas uma nova identidade visual, nome e propaganda. Assim surgem dezenas de versões diferentes – “Tigrinho da Sorte”, “Fortuna Bet”, “Cassino do João” – todas conectadas ao mesmo provedor central, com jogos idênticos e estratégias repetidas.

O que muda é só a porta de entrada. Uma vez dentro, o jogador é envolvido por uma lógica viciante: vitórias iniciais para estimular a confiança, bônus de indicação, promessas de ganho fácil e, aos poucos, a perda do controle. Para o sistema emocional, esses jogos são um veneno silencioso: mexem com impulsos, recompensas rápidas, e criam uma falsa sensação de domínio sobre algo completamente manipulado.

No final, o que parecia diversão se transforma em um ciclo de ansiedade, frustração e dependência. E quando você acha que está trocando de jogo, só está entrando na mesma armadilha com outra embalagem.

Julio Cezar Godoy – Psicólogo | CRP-12/20809 Camboriú – SC

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