De acordo com informações apuradas pelo Portal Menina, familiares dos detentos já haviam denunciado o início da rebelião logo nas primeiras horas da tarde. Equipes especializadas da Polícia Penal e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar foram acionadas para conduzir as negociações e garantir a segurança no local.
Conforme relatos dos familiares dos apenados, os presos reivindicavam melhorias nas condições da unidade prisional. Entre as principais queixas estavam a falta de abastecimento adequado de água, a ausência de entrega dos kits de higiene e a qualidade precária das refeições. Alguns familiares relataram que os internos chegam a passar semanas sem acesso à água e recebem alimentos vencidos ou azedos. Além disso, reclamaram da proibição de levar kits de higiene e alimentação nas visitas, como era permitido antes da pandemia.
Um dos pedidos apresentados durante o motim foi a retomada do direito de os familiares levarem produtos de higiene e alimentos para dentro da penitenciária. Também foi solicitada a transferência de cinco detentos para outras unidades prisionais.
A presidente do Conselho da Comunidade de Itajaí, Dra. Nathane Maia, solicitou o apoio da presidente do Conselho da Comunidade de Florianópolis, Dra. Elisangela Muniz, para intermediar as negociações. O foco foi preservar a vida do agente feito refém, bem como dos demais internos e agentes penitenciários. Nathane também informou que o Conselho já havia pedido aportes financeiros para melhorias na unidade, mas não havia obtido resposta até o momento.
O advogado Luís Veiga, da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB de Balneário Camboriú, inicialmente afirmou que a rebelião seria um ato isolado de cinco detentos em busca de transferência. No entanto, a equipe de reportagem do Portal Menina acompanhou as negociações dentro da penitenciária e confirmou, com os próprios presos, que as reivindicações envolviam questões estruturais, como água, alimentação, saúde e higiene.
A Polícia Militar, o BOPE e a Polícia Penal permaneceram no local durante toda a ocorrência. Uma ambulância do Samu também foi deslocada para a penitenciária, mas, segundo a superintendência, apenas por precaução, já que não houve feridos.
Ao fim das negociações, o agente de controle foi libertado, os detentos se renderam e a situação foi normalizada. A Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri) informou que todas as medidas legais foram adotadas e um procedimento administrativo será instaurado para apurar as circunstâncias da rebelião.
Neste sábado, 15 de março, a situação no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí é de aparente normalidade, após um dia tenso e de intensas negociações.