Entrevista Exclusiva: Prefeita Juliana Pavan fala sobre desafios iniciais e apresenta planos para o futuro de Balneário Camboriú

1) Já se passaram cerca de 70 dias de governo, quais foram os impactos iniciais?

R: Esses impactos iniciais foram muitas descobertas que é natural. Acho que todo novo governo acaba recebendo muitas informações que não tiveram acesso diretamente na transição. Dentre eles contratos que estavam para serem renovados e que nós precisamos rever, além de várias outras ações, como atenção as escolas que necessitam de manutenção, também o esporte em Balneário Camboriú, onde todos os ginásios estavam realmente precários, além do processo de terceirização do Hospital Ruth Cardoso e que realmente estava confuso em relação ao edital, onde nós precisamos suspender para poder avançar em um novo modelo de gestão que o hospital precisa. Então são diversas áreas que se for deixar aqui eu vou misturar tudo, mas isso foi o que nós encontramos no governo.

2) A primeira lei sancionada pela prefeita foi a reforma administrativa, a gente gostaria que a prefeita falasse como foi o impacto que isso causou na prefeitura e no município?

R: Essa reforma administrativa trouxe um impacto positivo na questão econômica do município, e também na questão da agilidade na entrega dos serviços públicos. Nós também diminuímos 8 cargos a nível de secretários, porém conseguimos redistribuir em outras pastas, e não minimizando nenhuma dessas áreas, pelo contrário, valorizando ainda mais elas. Dentre outras situações que nós fizemos, foi a readequamos na parte da Secretaria de Gestão de Pessoas. Ainda estamos caminhando, para melhorar cada vez mais, mas acredito que todos esses ajustes iniciais foram extremamente necessários.

3) Após as chuvas que atingiram a região no dia 16 de Janeiro, quais são as medidas e precauções que estão sendo tomadas hoje em dia para que o município não tome um prejuízo grande como aquele?

R: Diante de tudo o que presenciamos e sofremos aqui na nossa região, foi preciso agilidade nas tomadas de decisão, do tanto que foi inédito. Nós conseguimos um recurso via Defesa Civil Nacional para Balneário Camboriú de forma rápida. Foram mais de R$ 800 mil, que já estão na conta da Prefeitura, perante toda a apresentação que nós fizemos para Defesa Civil Nacional que esteve aqui atendendo cerca de 10 prefeituras nesta sala após as chuvas para fazer um diagnóstico, um raio X de tudo que aconteceu. A grande tomada de decisão foi instalar o GRAQ, o grupo de respostas rápidas relacionadas a todos esses fatores que acabam interferindo, que a Defesa Civil toma frente.

E tudo isso vem ao encontro dessa força que nós precisamos dar para a Defesa Civil do município, que infelizmente da forma com que nós pegamos, e que no primeiro ato ali em janeiro, encontramos uma Defesa Civil precária, sem elementos, e sem material nenhum para dar o suporte.

4) Os moradores de Balneário Camboriú estão sempre questionando o fato da cidade ter sempre um número de moradores de rua, e a prefeitura já está realizando ações como Operação Resgate a Vida BC e com a implantação do Consultório na Rua. Quais são as outras medidas que estão sendo tomadas para ajudar essas pessoas?

R: O Resgate à Vida BC é um programa que nós criamos no início desse ano, justamente para resgatar vidas que estão nas ruas de Balneário Camboriú. É importante deixar claro que na rua você não tem dignidade, então é preciso dar oportunidades a essas pessoas, e esse é o papel do governo. Porque nós, enquanto gestores públicos, precisamos fazer a nossa parte.

A partir do momento que você resgata uma pessoa que tá na rua e leva para casa de passagem, e essa pessoa topa ir para uma clínica, ela é encaminhada, porém muitas delas acabam não querendo continuar ali. E o que fazer para isso? Nós não podemos forçar.
Então, as ações em conjunto das forças de segurança, com a abordagem social, a Secretaria de Saúde e com o próprio Conselho Tutelar, acreditamos que essa união irá fazer com que o Resgate a Vida BC possa crescer cada vez mais.

5) Falar sobre a instalação portuária de turismo alfandegada em bc e os benefícios que isso trará para a cidade?

R: Quando nós recebemos essa notícia, obviamente que nós ficamos felizes, e motivados ainda mais de contribuir de forma positiva com o crescimento do turismo em Balneário Camboriú. Eu, enquanto gestora pública, já tenho essa visão com relação ao turismo. O turismo é um negócio, não somente os eventos, e receber uma notícia como essa do Grupo Tedesco, é algo que realmente faz com que Balneário Camboriú se torne referência novamente. As pessoas virão para Balneário Camboriú para pegar um navio, para ir para tantos outros lugares, mas passando por dentro de Balneário Camboriú. Isso fortalece não somente o turismo, mas também o comércio local.

6) Falar sobre a obra de macrodrenagem na praia central e explicar para a população a importância de essa obra está ocorrendo?

R: A microdrenagem vem para contribuir com o projeto da Nova Orla da Praia Central, porque nada adianta você alargar a praia se você não tem uma drenagem condizente com o suporte que a cidade tem, e com o tamanho da cidade que tem. Hoje em dia, com o alargamento da faixa que está nivelado esse muro de arrimo, você não tem para onde escoar, porque infelizmente a drenagem que nós temos ali embaixo, não comporta o tamanho da nossa cidade.

Então é necessário fazer essa macrodrenagem, ela é entre a areia e o muro de arrimo. Sim, é um espaço maior, que inclusive nós teremos que tirar as canchas de bote, pontos de mini churro e os quiosques, para que conforme vai avançando a obra, esses pontos vão poder retornar para o seu local de origem de forma temporária, porque após isso tem a reurbanização da orla na parte norte.

7) Contar um pouco sobre a volta do programa “Leite Amigo Pão” e contar detalhes sobre o novo formato?

R: É um suporte nutricional para os alunos da rede pública que infelizmente muitas vezes não têm o que comer em casa. Isso é uma realidade, não somente em Balneário Camboriú, mas de outros lugares também. Porém, o intuito desse programa é acabar com a evasão escolar. Nós já estamos desenvolvendo o programa Leite Amigo Pão, e o retorno dele. Não vou dizer para você quando vai ser porque eu ainda não sei, pois existe a questão orçamentária.

Hoje estamos trabalhando com o orçamento do governo anterior, então nós estamos limitados a algumas condicionantes, que foram colocadas pelo governo passado, mas o estudo para que ele possa realmente voltar acontecer em Balneário Camboriú.

8) Para finalizar, em uma nota de 0 a 10, qual nota a prefeita dá para esses primeiros 70 dias de governo?

R: Eu poderia dar uma nota 10 para o nosso governo. E muitos vão dizer assim: “Nossa, mas ela está falando 10”, porém eu creio que quando você tem fé no que você faz e acredita no seu time, você acaba motivando futuras ações. Nós precisamos reconhecer que nem sempre nós vamos acertar, até porque todos esses ajustes são necessários. Então acredito que eu consigo dar uma nota 8. E eu tenho certeza que com diálogo amplo, nós teremos um governo de excelência nos próximos 4 anos.

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