A história mostra nestas últimas décadas que Camboriú veio perdendo seu potencial produtivo e estrutural nas suas vocações econômicas originárias, o setor agrícola e também na exploração das jazidas de granito e pedra calcárea, ficando para trás a fase da Capital do Café Sombreado e Capital do Mármore. Na contrapartida, nestes últimos anos, houve a valorização imobiliária e o surgimento do turismo rural e religioso, retomando certo crescimento populacional e econômico, mas sem a devida infraestrutura adequada provocando o aumento dos problemas sociais, sem falar na piora do saneamento básico. É um potencial que precisa ser reorganizado a partir de um planejamento sério, organizado e profissional, incluindo a valorização das atuais empresas e atração de novas, sobretudo, industriais.
De outra parte, Balneário Camboriu não conheceu a estagnação; ao contrário, nas últimas décadas experimentou acelerado desenvolvimento com a valorização da indústria da construção civil, do desenvolvimento e da modernização do turismo, mas sem esquecer a conciliação com o investimento no social, característica essa que teve a contribuição de nossas três gestões administrativas, incluindo aí o pioneirismo da política de parcerias público-privadas no âmbito municipal. Esse equilíbrio entre a modernidade e o social , o governar para as pessoas, no entanto, acabou sendo interrompido nestes últimos anos e a maior prova disso foi o recado dado nas urnas pela maioria da população, desejando que o processo seja retomado. Assim como o eleitor de Camboriú deu seu aval para as propostas de mudanças e de um novo tempo na gestão pública.
Essa reconecção pública, política e de parceria de gestão administrativa entre as duas cidades certamente será o grande desafio prático daqui para a frente, mas estamos preparados, animados e ansiosos para seu efetivo início com base no profissionalismo e unindo forças em torno das vocações históricas e das principais demandas das duas comunidades. Saúde, educação, turismo sustentável, mobilidade urbana, serviço social e estímulo à novas matrizes industriais e econômicas estarão entre as prioridades, sem esquecer as questões urgentes como obras para garantia do abastecimento de água potável e a melhoria nos índices de saneamento básico, sobretudo a adequada coleta e tratamento de esgotos, entre outras. Para obter resultados diferentes, precisamos fazer coisas diferentes. Coragem e vontade de trabalhar neste sentido não nos faltarão.
Novembro 2024