Casos de escabiose, conhecida popularmente como sarna humana seguem crescendo no Litoral Norte de Santa Catarina com 6 cidades com casos confirmados.

Nesta quarta-feira (26) – além de Balneário Camboriú- Itapema, Itajaí, Porto Belo e Camboriú, Navegantes também confirmou casos.

Navegantes

Em Navegantes são seis casos no total, em dois centros municipais de educação infantil. A vigilância epidemiológica está acompanhando e até o momento não há indício de surto.

Itajaí

Em Itajaí, dois centros de educação estão sendo monitorados com um caso em cada escola. A prefeitura confirmou que foram registrados casos de escabiose neste ano, mas que todas as situações foram monitoradas, tratadas e controladas e não houve aumento de casos da doença neste ano na cidade.

“A secretaria de Saúde de Itajaí informa que dois CEIs registraram casos confirmados de escabiose neste ano. Um caso foi isolado e em uma creche houve dois casos no mesmo período. Todas as situações foram devidamente monitoradas, tratadas e controladas”, diz a nota.

Itapema

Já em Itapema, foram registrados cinco casos de sarna, em três creches, na última semana. A creche Clube do Mickey, no bairro Várzea, que registrou três casos de escabiose, foi fechada para higienização, mas as aulas já retornaram normalmente nesta semana.

Camboriú conta com 25 casos de sarna humana

Camboriú tem 25 casos, sendo 21 estudantes e 4 profissionais da educação, distribuídos aleatoriamente nas 34 unidades que formam a rede municipal, todos com laudos médicos e já afastados pelo tempo previsto nos atestados médicos.

Já Balneário Camboriú possui, no momento, quatro núcleos fechados para higienização, com retorno das aulas programados para dia 1º de julho, porém, a prefeitura não possui dados de quantas pessoas estão infectadas no momento.

Porto Belo

Porto Belo também registra quatro casos de escabiose em apenas uma creche municipal, no Núcleo de Desenvolvimento Infantil Lauro Manoel Mendonça, no bairro Perequê. Os alunos estão afastados e o núcleo foi higienizado, mas as aulas não foram suspensas.

O que causa sarna humana

Para entender mais sobre a doença, bem como formas de prevenção e tratamento, o portal ND Mais conversou com a médica dermatologista Mariana Martins de Mello, que respondeu algumas perguntas sobre o assunto. Confira:

1- O que é escabiose? Por que é conhecida como “sarna humana”?

A escabiose, que é conhecida por sarna humana devido sua transmissão ser somente entre humanos, é uma infecção da pele causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabiei.

Esse ácaro escava túneis na camada superior da pele para depositar seus ovos, causando intensa coceira e erupções cutâneas.  Os sintomas incluem coceira intensa, especialmente à noite, erupções cutâneas, pequenas bolhas e linhas finas que indicam os túneis escavados pelos ácaros.

2 – Como é transmitida?

A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto e prolongado com a pele de uma pessoa infectada, mas também pode ocorrer através de roupas, roupas de cama e outros objetos compartilhados.

3 – É mais comum em crianças?

Sim, é mais comum em crianças, especialmente aquelas que frequentam creches e escolas, onde o contato próximo entre elas facilita a transmissão do ácaro.

Crianças também podem ser mais suscetíveis devido ao seu sistema imunológico ainda em desenvolvimento e pela tendência de compartilhar roupas, brinquedos e camas.

4 – É posível pegar mais de uma vez?

Sim, é possível pegar diversas vezes, desde que exposto ao ácaro, ou por recontaminação com pessoas próximas não adequadamente tratadas.

5 – Como é o tratamento?

O tratamento tradicional é feito com ivermectina oral e permetrina loção para passar na pele, além de medidas de higiene em lavar as roupas, roupas de cama, toalhas e outros tecidos utilizados nos últimos dias, com água quente e secados em alta temperatura, ou passados a ferro.

Também é importante desinfetar os ambientes como sofás, tapetes, colchões, que eventualmente tiveram contato com pessoas contaminadas. Além disso, é necessário tratar todos os contatos próximos, mesmo que não apresentem sintomas, para evitar outra infestação.

6 – É possível prevenir? Quais são as formas de fazer isso?

A prevenção é possível, evitando o contato direto com pessoas contaminadas, isolando os casos ativos até que o tratamento seja feito adequadamente, por volta de uma semana e mantendo a higiene adequada dos locais.