Necrópsia em golfinho encontrado na praia de Itapema revela grande quantidade de lixo

Um golfinho encalhado na praia de Itapema, Santa Catarina, morreu após ser resgatado e levado a Florianópolis para tratamento. Apesar dos esforços de uma equipe de veterinários, o animal faleceu na madrugada de sábado (18). A necrópsia revelou que a morte foi diretamente causada pela ingestão de lixo marinho, com resíduos encontrados no esôfago e estômago do golfinho, incluindo um pedaço de madeira de quase 20 centímetros e meio quilo de plástico.

A Associação R3 Animal, que faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, explicou que o lixo marinho, como madeira e plástico, provoca lesões nas mucosas do esôfago dos animais marinhos, levando a úlceras e hemorragias, além de prejudicar a absorção de nutrientes. Com o estômago cheio de lixo, o golfinho, uma fêmea de cerca de 70 kg e dois metros de comprimento, deixou de procurar alimentos essenciais para sua sobrevivência.

Este trágico incidente destaca um problema maior de poluição marinha. De acordo com a Marinha do Brasil, cerca de 80% do lixo marinho vem de fontes terrestres, fluindo para os oceanos através de rios e cursos d’água. O impacto desse acúmulo é vasto, afetando ecossistemas marinhos, a saúde humana e a economia, incluindo setores como turismo, pesca e navegação. Em 2022, aproximadamente 14% dos animais necropsiados pelo projeto na região de Santa Catarina e Paraná apresentaram evidências de interação com lixo marinho.

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