Além da agressão física, servidor denuncia xenofobia e perseguição no ambiente de trabalho

De acordo com informações apuradas pelo Jornalismo Menina, o servidor Ícaro relatou que, por volta das 7h30, enquanto utilizava a impressora da secretaria para copiar um atestado médico e entregá-lo ao setor de recursos humanos, foi empurrado por Sanderson. Segundo Ícaro, o secretário o proibiu de usar a impressora, instruindo a servidora responsável a fazer a cópia. “Eu entreguei para ela tirar a xerox, né, e assinar a minha cópia. Ele pegou o atestado dela e fez menção de que ia rasgar, dizendo que não ia valer e que eu ficaria com falta. Quando fui pegar o atestado de volta, ele me empurrou por cima da mesa, quebrando o gabinete dela”, descreveu o servidor.

Após o incidente, Polícia Militar acionada. Apesar do empurrão, ele não sofreu ferimentos, mas afirmou que vem sendo alvo de perseguição no ambiente de trabalho, incluindo atos de xenofobia devido à sua origem no Amazonas. “Toda vez que vou trabalhar, sou tratado com hostilidade. Já disseram que gente do Amazonas, como eu, é preguiçosa e vem para cá mendigar emprego, entre outras coisas que enfrentamos diariamente no nosso local de trabalho. Não há razão para essa perseguição”, afirmou.

Por outro lado, o secretário de Obras, Sanderson Santos, apresentou uma versão contrária, alegando que ele foi a vítima da agressão. “Em nenhum momento empurrei ele. Foi ele quem veio para cima de mim e me arranhou. Eu mantive a distância, abri os braços para garantir a segurança. Quando pedi para ver o atestado, que estava na mesa da minha secretária, ele veio para cima, puxando o papel da minha mão e chegou a me arranhar”, rebateu Sanderson.

O secretário também negou qualquer perseguição ao funcionário, mas reconheceu que tem tido problemas com o comportamento de Ícaro. Ele afirmou que já está tomando medidas administrativas para resolver a situação. “Estou encaminhando tudo ao administrativo da prefeitura e ao RH para que tomem as providências necessárias. Inclusive, vou solicitar o afastamento do funcionário, para que tudo seja tratado dentro da lei. Não quero que isso seja resolvido de forma pessoal, será tratado conforme a legalidade, pois não tenho nada contra o servidor”, explicou.

Ambos os envolvidos registraram boletins de ocorrência. Além disso, a Prefeitura de Camboriú irá instaurar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por meio da procuradoria do município para apurar a conduta de ambos e definir as medidas cabíveis.